quarta-feira, 21 de maio de 2014

SPIRITS AND SOUND

How Shamans use sound as a tool




According to David Lewis-Williams1,  a survey of more than 500 different cultures, all over the World, showed that more than 90% used or still use Shamanist rituals.

For those who might not know what Shamanism is, it's a practice that gathers people in a state of collective trance or hypnosis, under the direction of a Shaman who reaches for the spirits of the dead.

His main tool? Sound, of course.

From the Paleolithic times, inside the caves, using the multiple responses of the infinite corridors, sound was always present and created the illusion of the responses of the spirits.

In Siberia, among the Chukchi people, the ritual starts with the Shaman banging his drum and singing. He can tune his voice as he approaches and removes his mouth from the drum. The sound waves resonate in the room and create a spectacular illusion of hundreds of voices responding to the call.

We saw the same thing at Stonehenge.

Christians are not free from theses kind of rituals. 

In England, there's a 13th century cathedral in Wells that creates a very interesting effect:

Wells Cathedral West front. Christ on top


Its West front facade is covered from ground to ceiling with more than 300 statues - kings, saints, bishops and, at the top, Christ himself.

As the cathedral choir sings, there is a stunning effect as, suddenly, sound seems to be coming from the statues. As no one is singing outside the cathedral, it looks like the statues are responding to the choir.

What is happening? Inside the church, there's a small hidden door that leads, through a passage, to a tiny room where two or three monks hide and sing. This hall is connected to the back of the statues by holes in the forms of cones, called occuli, shaped like a megaphone, and lead their voices outside.

Some of the narrow passages of cathedrals add echo to the sound


We can easily imagine the faces of all the poor believers and how the naughty monks manipulated them.

1 David Lewis-Williams "The mind in the cave, consciousness and origins of art" pages 131-135

Ref: David Hendy " Noise, a Human Story of Sound and Listening" pages 37-44


ESPÍRITOS E SOM

Como os Shamans usam o som como ferramenta



Segundo David Lewis-Williams1,  uma pesquisa em mais de 500 culturas diferentes em todo o Mundo mostrou que mais de 90% delas usava ou usa rituais Shamanistas.

Para aqueles que não sabem o que é o Shamanismo, é uma prática onde se juntam pessoas num estado colectivo de transe ou hipnose, sob a direcção de um Shaman que chama e invoca os espíritos dos mortos.

A principal ferramenta? O Som, claro.

Desde o Paleolítico, nas grutas, usando as múltiplas respostas dos infinitos corredores, o Som esteve sempre presente e traz a ilusão da presença dos espíritos e das suas respostas.

Verificámos a mesma situação em Stonehenge.

Na Siberia, entre os Chukchi, o ritual começa com o Shaman batendo no seu tambor e cantando. Ele consegue modificar a sua voz, aproximando e afastando a boca do tambor. As ondas sonoras ressoam na sala e criam uma ilusão espectacular de centenas de vozes respondendo ao seu chamamento.

Os Cristãos não estão livres deste tipo de rituais. Em Inglaterra, em Wells, existe uma catedral do século XIII que cria um efeito muito interessante:


A fachada Oeste da Catedral de Wells. Com o Cristo no topo


A sua fachada principal a Oeste está ornamentada, desde o chão até ao cimo, com mais de 300 estátuas- reis, santos, bispos e até o próprio Cristo no topo.

Quando o coro da catedral canta, há um efeito fantástico devido a vozes que parecem vir das estátuas. Como não há ninguém a cantar fora do edifício, o som etéreo parece mesmo vir das estátuas.

O que está a acontecer? Bem, há uma pequena porta dentro da igreja que leva, através de uma pequena passagem, até uma salinha escondida onde dois ou três monges se escondem e cantam a determinado momento. Este cubículo comunica com a parte detrás das estátuas por buracos em forma de cones, chamados occuli, parecidos com megafones, e transportam as suas vozes para o exterior.


Algumas passagens estreitas das catedrais adicionavam eco ao som


É fácil de imaginar a cara dos pobres crentes e como os malandros dos monges os manipulavam com grande eficácia.

David Lewis-Williams "The mind in the cave, consciousness and origins of art" pages 131-135

Ref: David Hendy " Noise, a Human Story of Sound and Listening" pages 37-44


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