quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

UNDERWATER SOUNDS



The underwater world is quite different from our usual environment.

The speed of sound is four times faster and low frequencies travel much further.

It’s difficult to compare sound pressure levels, because the sound pressure is a function of the actual pressure of the medium and the pressure underwater increases 1 atmosphere  every 10 meters of depth.

However, there are some sounds that have an astonishing power, even underwater.

There is the Bloop, spotted in 1997, a mysterious ultra-low frequency sound that seemed to come from the bottom of the Pacific Ocean. It is so powerful that can travel more than 5000 kilometers. The structure of the sound could point out to an animal origin, but its dimensions would have to be several times greater than those of a blue whale. There was never other physical evidence of such a creature. Today it is known to have an icequake origin.

But there are animals out there capable of delivering high power sounds. And some are incredibly small.

A Snapping Shrimp capturing a much bigger prey
It’s the case of the Alpheidae, or snapping shrimp, a tiny creature that delivers a blast of more than 200dB! Do you know what 200dB are? Well, if a heavy metal concert PA system can deliver 140 dB at maximum power, 200dB will be around 64 times that volume!

Or imagine an afterburner F16 at full power at 1 meter away from the exhaust.


The snapping shrimp uses this astonishing power to catch prey and to keep away predators.

SONS SUBAQUÁTICOS


O mundo submarino é substancialmente diferente do nosso ambiente terrestre.

A velocidade do som é cerca de quatro vezes maior e as frequências graves viajam muito mais longe..

É difícil de comparar as pressões acústicas, uma vez que a pressão sonora é uma função da pressão ambiente do meio e a pressão subaquática aumenta 1 atmosfera em cada 10 metros de profundidade.

Mesmo assim, alguns sons têm uma potência impressionante, mesmo debaixo de água.

Um deles é o Bloop, descoberto em 1997, um som de ultra-baixa frequência que parece vir do fundo do Oceano. É tão potente que pode ser ouvido a mais de 5000 quilómetros de distância. A estrutura do som parece apontar para uma origem animal, mas as suas dimensões teriam de ser várias vezes as de uma baleia azul. E não há nenhuma prova física da existência de uma criatura assim. Hoje sabe-se que a sua origem está relacionada com movimentos na estrutura glaciar.

Mas há animais capazes de criar sons de alta potência. E um é incrivelmente pequeno.

O Alpheidae capturando uma presa muito maior que ele

É o caso do Alpheidae, ou snapping shrimp, uma pequeno camarão que dispara um “tiro” de mais de 200dB! Sabem o que são 200dB? Bem, se um PA de concerto de heavy-metal pode produzir 140dB à máxima potência, 200dB serão cerca de 64 vezes esse volume!

Ou imaginem um F16 com pós-combustão na máxima potência a 1 metro de distância do escape.


O snapping shrimp usa este incrível poder para capturar presas e afugentar os seus predadores.


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

WILD SOUNDSCAPES AND HUMAN DESTRUCTION



Every wild environment has it’s own biophony, i.e. the sounds of the living organisms.
In a healthy ecosystem, every creature occupies it’s own small part of the frequency spectrum. All the contributing voices are perfectly discriminated, like the instruments in an orchestra.
When, and mostly by human action, the ecosystem is stressed, this organization disappears and spectrograms will show less diversity and less density.

Bernie Krause talks about this in his wonderful book “The Great Animal Orchestra”, a reading that I, again, seriously recommend.

One of his examples is Lincoln Meadow, a forest in the western U.S. 
A company got permission to do some selective logging on one part of the forest. Selective means that they would only take out some trees leaving plenty of trees around to preserve the forest.

Bernie recorded the soundscape before and after the logging took place.

Before the Logging

After the Logging


The difference between the two spectrograms is terrifying.

On the post-logging biophony there are only sapsuckers, a type of wood-pecker, contrasting with the vibrating biophony found before.

At Vanua Levu, Fidji Islands, Bernie managed to record the biophony of a healthy part of a coral reef and a stressed and dying piece of the same reef.

Healthy Reef

Stressed Reef


The bottom parte of the spectrum is created by surface waves. The upper part of the spectrum was life. Gone for good.

A good example of how sound can be used to better understand our planet and how mankind is destroying it.

Ref: Bernie Krause “The Great Animal Orchestra”,pages 68-81




PAISAGENS SONORAS SELVAGENS E A DESTRUIÇÃO HUMANA




Qualquer ambiente selvagem tem a sua própria biofonia, i.e. o conjunto dos sons provocados pelos seres vivos.
Num ecosistema saudável, cada criatura ocupa a sua pequena parte do espectro sonoro. Todas as vozes contribuintes para a biofonia estão perfeitamente separadas, como os instrumentos de uma orquestra.
Quando, e sobretudo pela ação do homem, o ecosistema é perturbado, esta organização desaparece e os espectrogramas mostram menos diversidade e menos densidade.

Bernie Krause fala disto no seu maravilhoso livro  “The Great Animal Orchestra”, uma leitura que eu recomendo seriamente.

Um dos exemplos descritos é Lincoln Meadow, uma floresta perto da costa oeste dos Estados Unidos. Uma empresa teve autorização de fazer aquilo a que se chama corte de árvores selectivo na floresta. Selectivo significa que eles poderiam cortar apenas uma pequena parte das árvores deixando à sua volta bastantes árvores para preservar a floresta.

Bernie gravou esta paisagem sonora antes e depois do corte.

A diferença entre os dois espectrogramas é aterradora.

Antes do corte

Depois do corte


O espectrograma após a intervenção humana revela que, só ficou uma espécie de pica-pau, contrastando com a vibrante biofonia encontrada antes.

Em Vanua Levu, na Ilhas Fidji, Bernie conseguiu gravar a biofonia subaquática de uma parte saudável de um recife de coral e compará-la com outra parte, bastante doente.

Recife saudável

Recife doente


A parte de baixo é gerada pelas ondas à superfície. A parte de cima, que falta no espectro é a vida. Desaparecida para sempre.

Um bom exemplo de como o som pode ser usado para melhor compreendermos o nosso Planeta e de como a humanidade o está a destruir.

Ref: Bernie Krause “The Great Animal Orchestra”,pags 68-81




sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

THE SOUND OF ABERCROMBIE & FITCH




Some retail stores seem to have lost their minds in playing music which, they believe, will get them a fashionable look and more costumers. It doesn’t always work, as we previously discussed.

But Abercrombie & Fitch plays really loud music, and that has shown to be very successful.

Let’s look into this:

DMX is a sound design company, which was in charge of creating the perfect sound ambience for the stores.

LeanneFlask, from DMX explains the concept:

“Everything’s very dark inside. So they use music to make it lighter”. “It’s like a day in a club!”1



There’s the idea! Behind any bright concept there’s always a good idea. The branding tactic is focused on consumer experience, where everyone is having fun all the time. Like a party.

And it works! There are queues everyday to enter the store.

Abercrombie & Fitch uses loud music to deal with darkness and create a group experience of ecstasy.

“We want to be very aware of exactly how every sound will be heard and the levels they’re going to be played at”, Leanne says.2

This is a bright example of the right music to be played in the perfect environment. It was thoroughly studied and the music carefully chosen.

It doesn’t necessarily mean that any loud music in any clothing store will work. This is the biggest and most common mistake.




1 and 2 Ref: "In Pursuit of Silence" George Prochnik pages. 93 to 95

O SOM DA ABERCROMBIE & FITCH



Algumas lojas parecem ter perdido a cabeça quando tocam música ambiente que, acham eles, lhes dará um ar “na moda” e trará mais clientes. Nem sempre resulta, como já falámos.

Mas a Abercrombie & Fitch toca música muito alto, com muito sucesso.

Olhemos mais de perto:

DMX é uma empresa de sound-design, que foi encarregada de criar o ambiente sonoro perfeito para as lojas da A&F.

LeanneFlask, da DMX explica o conceito:

“É tudo muito escuro lá dentro. Por isso usamos música para tornar o ambiente mais claro”. “É como um dia na discoteca!”1



Aqui está a ideia, há sempre uma ideia por detrás de um bom conceito: A táctica de branding é criar experiências ao consumidor, onde toda a gente está, todo o tempo, a divertir-se. Como numa festa.

E funciona! Há grandes filas, todos os dias, para entrar na loja.

Abercrombie & Fitch uses loud music to deal with darkness and create a group experience of ecstasy.

“Nós queremos ter a exacta noção de como cada som será ouvido e a que níveis será tocado”, afirma Leanne.2

Isto é um brilhante exemplo de como a música ideal pode ser tocada no ambiente certo. Foi profundamente estudado e a música cuidadosamente escolhida.

Isto não quer dizer que qualquer música tocada alto em qualquer loja de roupa funcione. É este o maior e mais frequente erro.



1 e 2 Ref: "In Pursuit of Silence" George Prochnik pags. 93 a 95