segunda-feira, 30 de junho de 2014

WHAT DO YOU KNOW ABOUT ULTRASOUND?

We can't hear them, but we are just humans





The healthy human adult is able to hear from 20Hz up to 20KHz, although, as we grow old, this last figure is reduced to 15KHz or less. This is due to the fact that some the hair cells inside our cochlea are damaged or die and they cannot be replaced.




That's why we should have good hearing habits to prevent NIHL, noise induced hearing loss. 

Commonly, every sound above 20KHz is called ultrasound. 




Ultrasound can go up to more than 1GHz.

Ultrasound waves have exactly the same physical properties as sound waves.  We, humans, just can't hear them.

Bats, for example, can hear up to more than 100KHz and they use this to navigate with great accuracy and find prey. This ability is called biosonar.





But, insects like moths also have ultrasound hearing and use it to evade bats. 

The more developed ones can even produce "clicks" to disturb the bat's echolocation ability. It's a war out there and for every weapon, there's a new defense. It's the wonder of evolution!

Dolphins and whales also use ultrasound for navigation and prey recognition.

Dogs also hear ultrasound and some whistles produce sounds between 18KHz and 22KHz to call for them.

So, there's a big conversation going on that is beyond our hearing range.

But this doesn't mean that Man cannot share some of the benefits of ultrasound.

We'll talk about it in the next post.

O QUE É QUE SABEM ACERCA DE ULTRA-SONS?

Não os conseguimos ouvir, mas somos apenas humanos




O ouvido humano saudável consegue ouvir desde 20Hz até 20KHz, embora, à medida que envelhecemos, este último número vai-se reduzindo a 15KHz ou menos. Isto é devido ao facto de algumas células capilares dentro da nossa cóclea estarem doentes ou mortas e estas células nunca serem substituídas. 




Daí a nossa preocupação com hábitos de audição saudáveis para evitar a já falada NIHL, perda de audição induzida por ruído.

Habitualmente, qualquer som acima de 20KHz é chamado um ultra-som. 




No entanto, os ultrasons podem ir até mais de 1GHz.

As ondas dos ultra-sons têm exactamente as mesmas propriedades físicas que as ondas sonoras. Nós, humanos, é que não as conseguimos ouvir.

Os morcegos, por exemplo, conseguem ouvir até mais de 100KHz e usam isto para navegar com grande precisão e detectar presas. Esta capacidade é chamada biosonar.




Mas, insectos como as borboletas também ouvem ultrasons e aproveitam-se disso para fugir dos morcegos. 

Algumas desenvolveram a capacidade de produzir  "clicks" para perturbar a habilidade de ecolocalização dos seus inimigos morcegos. É uma guerra diária e, para cada nova arma, acaba por aparecer uma nova defesa. São as maravilhas da evolução!

Os golfinhos e as baleias também usam ultra-sons para navegar e encontrar as suas presas.

Os cães também ouvem ultra-sons e alguns apitos produzem sons entre os 18KHz e22KHz para os chamarmos.

Portanto, há uma grande conversa por aí que está para além da nossa capacidade de ouvir.

Mas isto não quer dizer que o Homem não possa tirar partido dos benefícios dos ultra-sons.

Falaremos nisso no próximo post.


quarta-feira, 25 de junho de 2014

INTONATION

The power of singing while talking





We express our feelings and beliefs using some features of our voice. 

We change the volume, choose powerful silent moments, we add some body language and, most of all, we use intonation.

Intonation happens when we change the pitch of our voice.

When we ask a question, we raise the pitch of the last part of the sentence, so it can be understood as a interrogation. But there's a lot more to it.

Good speakers use it with great skill, almost singing while they talk.

EiTB Dimension, a basque advertising agency had this brilliant idea: using the natural intonation of two great speakers: Barak Obama and Jose Mourinho and...well see for yourselves.








A pianist and a guitar player play along with these great performers.

"News are better with music", excellent idea for a campaign for Radio Euskadi, won gold at several festivals, including Cannes.

The production team was Debolex and Irusoin, from Bilbao.

Congrats!

ENTOAÇÃO

O poder de cantar, falando




Nós expressamos os nossos sentimentos e valores usando algumas características da nossa voz.

Mudamos o volume, escolhemos momentos de silêncio poderosos, juntamos alguma linguagem corporal e, acima de tudo, usamos a entoação.

A entoação acontece quando alteramos a altura da nossa voz.

Quando fazemos uma pergunta, subimos a altura da última parte da frase, para que soe mais aguda e se perceba que é uma interrogação. Mas é muito mais que isso.

Os grandes oradores, usam-na, com grande habilidade, quase cantando quando falam.

EiTB Dimension, uma agência de publicidade basca teve esta brilhante ideia: usando a enorme capacidade de entoação de dois grandes comunicadores, Barak Obama e José Mourinho e...bem, vejam vocês mesmo...







Um pianista e um guitarrista "acompanharam" estes dois magníficos personagens.

"As notícias são melhores com música"", ideia excelente para uma campanha da Radio Euskadi, ganhou ouro em diversos festivais, incluindo Cannes.

A equipa de produção foi a  Debolex e a Irusoin, de Bilbao.

Parabéns!

sábado, 21 de junho de 2014

WHY DO WE SING IN THE SHOWER?

"La-la-la, I'm singing in the rain"




Singing in the shower is a classic. Is there a reason for it?
Yes. And more than one.

First of all, we are alone and feel undisturbed. The second reason is the sound of the water masking our voice and giving us the feeling that no one can hear us. But are those the main reasons? We don't sing in our car.

The main reason are the standing waves' effect that is created inside the shower cabin. The tile walls are very reflective and the dimensions of the space create a standing wave with a wavelength close to the fundamental harmonic of sound of our voice. 

In a simple example, a shower cabinet 1,5 meters wide, 1,5 meters deep and 2,5 meters high will produce a main standing wave of  377 Hz, around F# above middle C.




When singing, we hear our voice back enhanced by a "chorus" that makes it much more powerful and beautiful. We even sing like in the opera! :-)

Nice habit!

PORQUE É QUE NÓS CANTAMOS NO BANHO?

"La-la-la, I'm singing in the rain"



Cantar no chuveiro é um clássico. Haverá alguma razão para isso?

Sim. E mais do que uma.

Primeiro, nós estamos sós e sentimos que não nos podem incomodar . A segunda razão é que o som da água a correr mascara o som da nossa voz dando-nos a sensação que ninguém nos vai ouvir. Mas serão estas as razões principais? Nós não cantamos no carro.

A principal razão são as ondas estacionárias que são criadas dentro da cabine do duche. 

As paredes de azulejo são muito reflectoras e as dimensões do espaço criam uma onda estacionária primária com a mesma frequência do harmónico fundamental da nossa voz. 

Num exemplo simples, uma cabine de duche com 1 metro e meio de largura, 1 metro e meio de profundidade e 2 metros e meio de altura irá produzir uma onda estacionária principal de 377 Hz, perto de Fá#  acima do dó central.



Enquanto cantamos, ouvimos a nossa voz de volta, acompanhada de um "coro" que a torna muito mais poderosa e bonita. Até ensaiamos umas notas de ópera! :-)

Bom hábito!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

SOUND AND SPACE

How far should we go?

Borneo's swamp


Marc Anderson won the "Most Beautiful Sound in the World" prize, with a Borneo swamp recording.
It was recorded on spot and it's beautiful!

Other soundscapes are less appealing, like the Mumbai city's center soundscape. They are both real but they tell a different story. We would like to run from the Mumbai noise, perhaps, and jump into the other.

In the beginning of the XX century, the Symphony Hall in Boston was built. It is famous for its wonderful sound. Its reverb time is around 1.9 seconds, embellishing all the music played there, for the absolute delight of the listeners. The music seems to come from everywhere although we never lose the focus on the orquestra.

Symphony Hall in Boston

"The ideal concert hall is that into which you make a not very pleasant sound and the audience receives something that is quite beautiful", said conductor Adrian Boult.

The Philharmonic Hall at the Lincoln Center, NYC, was considered the opposite: the worst place to listen to music. It was initially conceived like the Boston Hall but there was a campaign to increase its capacity and this decision doomed the acoustics.1

Modern times call for modern methods and now, everyone can fake the acoustics of any space.

With the right constellation of speakers and some computer mathematics, special sound treatment surfaces and skill, anyone can change the natural sound of any space.

Cirque du Soleil using Meyer's Constellation in Tokyo


So, we could have a choir in a small room sounding like as in Westminster Abbey.

We, thus, loose, the ancestral relation between sound and space.

Is it right? How far could we go?

It's like having a plastic garden inside a Hospital. Do you want a real one? Ok, then you'll have to deal with the bugs, ants, rats and all sorts of crawling creatures that live in it. In a Hospital? I really don't think so.

Hospital Inner garden


So, a lot of things can be done to improve the soundscape of any space. It will only depend on your priority.

Do the patients of a particular Hospital feel better with the sight of a garden ( even if it's plastic) ? Would they feel better having a countryside soundscape? Yes, then, why not?

Emily Thompson dedicated a lot of her study to this dilema. According to her, " A soundscape is simultaneously a physical environment and a way of perceiving that environment; it is both a world and a culture constructed to make sense of that world".

We, citizens of the XXI century, deserve to have a better soundscape, to work on it and to change it for a more healthy one.

But we have to change it with great care, in order to create a space in where it's worth living.

1 George Prochnik "In pursuit of silence"

O SOM E O ESPAÇO

Até onde podemos ir?

Pântano em bornéu


Marc Anderson ganhou o prémio "Most Beautiful Sound in the World", com uma gravação autêntica de um pântano em Bornéu.
Foi gravada no local e é maravilhosa!

Outras soundscapes são menos apelativas, como a soundscape do centro de Bombaim. São ambas reais, mas esta traz-nos uma história diferente. Da qual, muitos de nós gostariam de fugir.

No começo do século XX, foi construída a Symphony Hall em Boston. É famosa pelo seu som maravilhoso. Com o seu tempo de reverberação de 1.9 segundos, embeleza toda a música aí tocada, fazendo as delícias dos seus espectadores. A música parece vir de todos os lados sem nunca se perder o foco na orquestra.

Symphony Hall em Boston


"A sala ideal de concertos é aquela em que nós fazemos um som não muito agradável e a assistência recebe algo bastante belo", disse, um dia, o maestro Adrian Boult.


A Philharmonic Hall no Lincoln Center, NY foi considerada o oposto: o pior lugar para ouvir música. Foi inicialmente concebido como a Boston Hall, mas houve uma campanha para aumentar a sua capacidade e esta decisão condenou a sua acústica.

Entretanto, os tempos modernos pedem soluções modernas e agora, qualquer um pode transformar a acústica natural de qualquer espaço.

Com a constelação certa de altifalantes e alguns algoritmos matemáticos, superfícies especiais de tratamento acústico e conhecimentos, qualquer um pode alterar o som de  qualquer espaço.

Cirque du Soleil usando Meyer Constellation em Tóquio

Assim, podemos ter um coro numa pequena sala a soar como se fosse em Westminster Abbey.

Perdemos, assim a relação ancestral entre som e espaço.

Isto está certo? Até onde podemos ir?

É como ter um jardim de plástico num Hospital. Querem um jardim verdadeiro? Ok, então vão ter de lidar com insectos, ratos e todas  as criaturas rastejantes que aí habitam. Num Hospital? Penso que não. 

Jardim interior num Hospital

Por isso, uma série de coisas podem ser feitas para melhorar a soundscape de um espaço. Dependerá muito das nossas prioridades.

Será que os doentes de um Hospital se sentem melhor perto de um jardim ( mesmo que seja de plástico)? Sentir-se-iam melhor ouvindo sons naturais do campo? Melhoraria isso a sua qualidade de vida? Se sim, porque não?

Emily Thompson dedicou um grande parte dos seus estudo a este dilema. Segundo ela, "Uma soundscape é simultaneamente um ambiente físico e uma forma de nos apercebermos desse mesmo ambiente, é simultaneamente um Mundo e uma cultura construída para dar sentido a esse Mundo".

Nós, cidadãos do século XXI, merecemos uma melhor soundscape, é nosso dever trabalhar nesse sentido e mudá-lo para outro mais saudável.

Mas teremos de o fazer com grande cuidado, de forma a respeitar um espaço onde valha a pena viver.

1 George Prochnik "In pursuit of silence"

terça-feira, 10 de junho de 2014

FIFA WORLD CUP 2014

The origins of the roar of the crowd





In almost all the major competitions, athletes mention the massive effect of the roar of the crowd. Some are pushed to victory by that wall of sound, while others are humbled and, often, intimidated by it.

"A stadium full of people gives voice to more than just sporting passion", says David Hendy1.

Around 2000 years ago, the Romans started their Roman Games, and the Colosseum was built by order of Emperor Titus in 80 AD. It was the most spectacular, and advanced venue. 50.000 people will fit in there, from the humble people to the higher ranks of Roman hierarchy, including the Emperor himself.

Rome Colosseum

It was surely, a major influence to todays's sporting arenas

London Olympic Stadium


Titus wanted to wipe out the previous Emperor Nero's infamous tradition of organizing private shows in his Golden House, delivering the games to the people, in an entertainment  palace of their own. 

The London Olympic games opening ceremony had a total cost of around 65 million pounds.



The Colosseum opening ceremony is said to have cost 9000 wild animal lives, slaughtered in place.



The roar of the crowd was amazing and its power could change the faith of those inside the arena. 

The same rules still apply today. The sound of the crowd is a great part of the show, a way to a collective expression, that cannot be tamed. The crowd is never obedient, it can be used to influence people but also to resist.

A goal, often leads to a roar reaching more than 110dBA, pushing he adrenalin to extreme levels.



The sound, here again, is the main attraction.

1Ref: David Hendy "Noise , a HumanHistory of Sound and Listening" pages 82-91

MUNDIAL DE FUTEBOL DE 2014

As origens do ruído do público



Na maior parte das grandes competições, os atletas falam do efeito esmagador do ruído do público. Alguns sentem-se empurrados para a vitória por essa parede sonora, enquanto outros se sentem inferiorizados e, algumas vezes, intimidados por ela.

"Um estádio cheio de gente dá voz a mais do que à simples paixão desportiva.", diz David Hendy"1.

Há cerca de  2000anos, os Romanos deram início aos chamados Jogos Romanos e o Coliseu de Roma foi inaugurado pelo imperador Titus em 80 DC. Era, sem dúvida, o mais espectacular e avançado local de espectáculo. Cabiam aí 50.000 espectadores, desde o povo humilde até  aos mais altos estratos da hierarquia romana, incluindo o próprio Imperador.


Coliseu de Roma
 Foi, seguramente, a maior influência para os nossos actuais estádios.


Estádio Olímpico de Londres

Titus queria assim fazer esquecer o hábito do seu predecessor, Nero, que organizava espectáculos privados na sua Casa Dourada, entregando os Jogos aos populares, num palácio de entertenimento que lhes pertencia. 

É sabido que a cerimónia de abertura dos jogos Olímpicos de Londres de 2012 teve um custo total de  65 milhões de libras.




 A inauguração do Coliseu custou a vida a  9000 animais selvagens, chacinados na arena.





O rugido do público era incrível e o seu poder era tal que conseguia mudar o destino dos que estavam na arena. 

As mesmas regras aplicam-se ainda hoje. O son do público é uma grande parte do espectáculo, uma forma de expressão colectiva, que não pode ser domesticada. A multidão não é obediente e a sua energia pode ser usada para influenciar, mas também para resistir.

Um golo, leva, frequentemente, a uma explosão que ultrapassa os 110dBA, colocando a adrenalina a níveis extremos.




O som é, aqui, mais uma vez, a principal atração.



1Ref: David Hendy "Noise , a Human History of Sound and Listening" pags 82-91