terça-feira, 29 de outubro de 2013

NOISE

Part1


My favourite definition of noise is unwanted sound.

The modern world is getting louder everyday.

Almost every city reaches noise levels much higher than the ones advised by WHO. Usually, 80dB’s are exceeded and, in some cases, 90dB’s.
In terms of loudness, each increase in 10dB means the double in loudness.
According to Murray Schafer1, the growth is 1/2dB every year.


Mumbai is known as the noisiest town in the world reaching 100dB’s.2


Even in our homes, noise levels can prevent us from having a restful sleep, which is vital for our health.

In the neighbourhoods of big airports, like London Heathrow, it has been proven that there is a greater risk of cardio-vascular accidents due to aircraft noise.3

Ironically, in the sixth century B.C., the greek city of Sybaris decreed that, along with roosters, tinsmiths and potters had to live outside town because of the noise they made.4

Today, 27 centuries after, many big towns, like Gotemburg, have successfully reduced their noise levels with laws and rules which protect the well being of citizens.

We all have to fight against noise pollution, in the same way we do with other types of pollution and we must be aware and protect ourselves against it.

(to be continued)


O RUÍDO

Parte 1


A melhor definição de ruído que conheço é o som indesejado.

Vivemos num Mundo cada vez mais ruidoso.

Quase todas as grandes cidades atingiram níveis de ruído muito acima daqueles aconselhados pela OMS. Geralmente excedem os 80dB’s e nalguns casos atingem os 90 dB’s.
Cada 10dB's a mais significa o dobro do nível de loudness sentido.
Segundo Murray Schafer, o crescimento é de 1/2dB por ano1.

Bombaim é considerada a cidade mais ruidosa do Mundo, chegando a atingir os 100dB’s2.

Nas nossas casas, os níveis de ruído impedem, muitas vezes, um sono descansado, necessário à nossa saúde.

Em zonas vizinhas de grandes aeroportos, como o caso de London Heathrow, provou-se que existe uma maior incidência de acidentes cardio-vasculares devido ao ruído dos aviões3.

Por ironia, no século VI, A.C., a cidade grega de Sybaris decretou a proibição de galos, ferreiros e ceramistas de viverem dentro do seu perímetro, devido a ruído que provocavam.4

Hoje, 27 séculos depois, muitas cidades, como Gotemburgo, têm conseguido reduzir substancialmente os seus níveis de ruído com leis e normas que protegem o bem estar dos cidadãos.

Temos todos de lutar contra a poluição sonora, da mesma forma que o fazemos contra outros tipos de poluição, e temos a obrigação de estar vigilantes e de nos proteger contra ela.

(continua)

1 Murray Schafer, “The soundscape, the Tuning of the World”, p. 186
2 Dados da Awazz Foundation

3  BMJAircraft noise and cardiovascular disease near Heathrow airport in London: small area study”


4  The Economist, 7 Setp 2013

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

DEUTSCHE GRAMMOPHON

9th symphony- APP




It's worth trying: Deutsche Grammophon just released an App for iPhone and iPad with 4 famous recordings of Beethoven's 9th Symphony:

Ferenc Fricsay / Berliner Phillarmoniker 1958
Herbert von Karajan / Berliner Phillarmoniker 1962
Leonard Bernstein / Berliner Phillarmoniker  1979
J. Eliot Gardiner / Orchestre Révolutionaire et Romantique 1992

One can switch instantly from one recording to another and follow the written score.

And a lot more.

Absolutely brilliant!


DEUTSCHE GRAMMOPHON

9ª Sinfonia- APP


Vale muito a pena experimentar: a Deutsche Grammophon acaba de lançar uma App para iPhone e iPad contendo 4 gravações famosas da 9ª Sinfonia de Beethoven:


Ferenc Fricsay / Berliner Phillarmoniker 1958
Herbert von Karajan / Berliner Phillarmoniker 1962
Leonard Bernstein / Berliner Phillarmoniker  1979
J. Eliot Gardiner / Orchestre Révolutionaire et Romantique 1992

Podemos mudar instantaneamente de uma gravação para a outra e seguir a partitura.

E muito mais,

Simplesmente brilhante!

http://www.deutschegrammophon.com/en/gpp/index/beethoven9-app


OUR AMAZING AUDITORY SENSE
Part2

Vision analyses. Hearing feels.

There’s a huge difference between these two concepts.

The visual impulses are transmitted to the visual cortex, at the back end of our brain, which analyses what we see. Afterwards, our brain responds according to its conclusions.

The hearing system feels, every audio stimulus is separated into “Threat or not”, and only after is processed cognitively.

Thus, a threatening image of an aggressive dog or a baby crying, doesn’t trigger anything; we know it’s a picture and move forward.

The close sound of a roaring dog, becomes unbearable after a while; our amygdala orders our glands to segregate adrenalin and cortisol, even if we know it’s a recorded sound. Our instinct yells: “Run! stupid, can’t you hear? Run!!!”
The same happens with a baby crying. No one can rest in a place where there’s a baby crying.
We simply are programmed to react to it.



Just grab a pair of headphones and try to perform any task while hearing this sound file:





This shows that our auditory impulses are far beyond our cognitive analysis.

An interesting example is an experiment by Hargreaves and McKendrick in 1997, that took place in a supermarket.

In the whine section, they played French and German music in different days.

In the French music days, French wines outsold German by 5:1.

But, on the German Music days, German wines outsold French by 2:1.

On their way out, costumers were asked if the music had any influence on their choice. No one had noticed any music.

Of course, we are talking about the 98% that enter our brain without our knowledge.

(To be continued)

O NOSSO MARAVILHOSO SENTIDO AUDITIVO
Parte 2

A visão analisa. O ouvido sente.

Há uma grande diferença entre estes dois conceitos.

Os impulsos visuais são transmitidos ao córtex visual, na parte posterior do cérebro, que analisa o que vemos. Depois dessa análise racional, o cérebro responde de acordo com as suas conclusões.

O ouvido sente, qualquer estímulo sonoro é passado por uma triagem, “Ameaça ou não”, e só depois é processado cognitivamente.

Assim, uma imagem ameaçadora de um cão agressivo, não provoca nada, sabemos que é uma fotografia e seguimos em frente.


O som próximo de um cão a rosnar, torna-se insuportável ao fim de um tempo, a nossa amígdala começa a mandar segregar adrenalina e cortisol, mesmo sabendo que é uma gravação. Apesar de sabermos que é uma gravação, o nosso instinto grita: “Foge, estúpido, não ouves? Foge!!!”
O mesmo se passa com o chorar de um bebé. Não conseguimos repousar num local onde haja um choro de bebé.
Simplesmente, estamos programados para reagir a isso.

Experimente colocar um par de auscultadores e executar qualquer tarefa enquanto ouve este efeito sonoro.

Isto mostra que muito impulsos auditivos estão muito para além da nossa capacidade de análise cognitiva.

Um exemplo interessante foi um experiêcnia realizada num supermercado pela dupla Hargreaves and McKendrik em 1997.

Na secção dos vinhos, puseram música ambiente francesa e alemã em dias alternados.

Nos dias da música francesa, os vinhos franceses venderam 5 vezes mais que os alemães.

Nos dias de música alemã, foram os vinhos alemães que venderam 2 vezes mais.

À saída, inquiridos acerca da influência da música na sua escolha, nenhum se lembrava de ter ouvido qualquer música.

Claro, que esta fez parte dos 98% que entra o nosso cérebro sem o nosso conhecimento.

(continua)





quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O NOSSO MARAVILHOSO SENTIDO AUDITIVO 1


Vivemos num Mundo visual. As imagens povoam a nossa comunicação e, quando se fala em audio-visual, o som aparece, muitas vezes, como um mero complemento.

Observemos melhor.

O nosso aparelho auditivo está directamente ligado ao córtex do nosso cérebro, numa região chamada córtex auditivo, que se situa colada aos nossos ouvidos.



Os nossos detectores acústicos funcionam mil vezes mais depressa que os detectores visuais. Por isso, conseguimos detectar vibrações da ordem dos 0.000005 segundos, enquanto a nossa visão só reage a mudanças superiores a 0.04 segundos. Se tivéssemos a mesma percepção visual, nunca iríamos ao cinema, rapidamente nos aperceberíamos que se trata apenas de uma banal sequencia de imagens estáticas.

Vemos menos de uma oitava (de uma frequência ao seu dobro, 430-790 THz ), mas ouvimos cerca de 10 oitavas (20-20.000Hz)

Por estar tão intimamente ligado ao córtex, o nosso ouvido é o nosso primeiro sentido de alerta. Nenhum animal tem pálpebras nos ouvidos e os nossos ouvidos funcionam 24 horas por dia. Mesmo quando estamos a dormir.

Apenas 2% daquilo que entra nos nossos ouvidos é ouvido de uma forma consciente1. Os outros 98% entram diariamente no nosso cérebro e despoletam reações que estão para além da nossa vontade.

E 98% é demasiado para não pensarmos nisso.

(continua)


1Robert Heath, “Seducing the Subcounscious. The psychology fo Emotional Influence in Advertising”


OUR AMAZING AUDITORY SENSE 1


We live in a visual World. Pictures inhabit our communication and, when one talks about audio-visual, the sound comes, most often, as a complement.

Let´s look closer.

Our auditory system is connected directly to the cortex of our brain,  a part called the auditory cortex, which is placed right next to our ears.

Our acoustic detectors work a thousand times faster than our visual detectors. Thus, we can detect vibrations from 0.00005 seconds, while our vision just reacts to 0.04 seconds changes. If we had the same visual perception, we would never go to the cinema, imediately figuring out that it’s just a silly sequence of still pictures.

We see less than one octave (from one frequency to its double, 430-790THz) but we hear 10 octaves (20-20.000Hz).

Because it is so intimately connected to our cortex, our hearing system is our primary alert sense; no animal has ear-lids and our ears work 24 hors a day, even when we are sleeping.

Only 2% that enters our ears is heard consciously1. The other 98% enter our brain and trigger reactions that go beyond our will.

98% is too much to be left unattended.

(to be continued)

1Robert Heath, “Seducing the Subcounscious. The psychology fo Emotional Influence in Advertising”


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

SHEPARD TONE


Algo interessante:

Uma ilusão acústica, um som sempre a subir.

Esta ilusão foi criada por Roger Shepard, California, US, o autor da Lei Universal da Generalização.

Pondo de uma forma simples, trata-se de um conjunto de ondas sinusoidais, separadas por oitavas e cujo volume é cada vez mais baixo, tanto no início como no final de cada ciclo, tornando inaudível, para nós, o seu recomeço.

Divirtam-se.


Something interesting:

An acoustic illusion, the always rising sound.

This illusion was created by Roger Shepard, California, US, the author of the Universal Law of Generalization.

In simple terms, it's a group of sine waves, separated by octaves and which volume is progressively low towards the end and the beginning of each cycle, making the cycle shifts inaudible.

Enjoy.


Roger Shepard 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O SOM É O ECO DO MOVIMENTO

SOBRE O SOM E O SILÊNCIO


De uma forma poética, penso que o som é o eco do movimento.

Não há som sem movimento, o que faz com que ele seja totalmente dinâmico na sua essência.

Não há instantâneos sonoros; um som, uma vez produzido, liberta-se da fonte e, de uma forma promíscua, combina-se e altera-se durante todo o seu percurso. Todos os que partilham o mesmo espaço são imersos na sua influência.

Segundo Steven Connor1, o som transforma o espaço destruindo e libertando os seus limites, num todo fluido e esférico em expansão. " o Eu definido em termos acústicos, em vez de visuais, é um Eu imaginado, não como um ponto mas como uma membrana, não como uma imagem, mas como um canal através do qual, vozes, ruídos e músicas viajam".


E o silêncio?

Será a ausência de som?

Decerto que, da forma como o sentimos, o silêncio é algo muito agradável, de ouro, dizem uns. Mas que silêncio é este?
Comparo o silêncio a uma página em branco, em cima da qual se poderão juntar outros sons. Essa página não é totalmente branca, assim como o silêncio não é absoluto.

Medido em decibéis de pressão acústica, para baixo dos 30dBA’s estamos em silêncio. E estes 30 dBA’s? São ruídos vários a que nos habituámos desde que nascemos, como o ruído do movimento de rotação da Terra.

Há uma câmara anecóica nos Orfield Laboratories, US, com um grau de absorção de 99.99%, e uma pressão acústica de -9.4dBA, que é considerada o lugar mais silencioso do Mundo, segundo o Guinness Book of Records.
A experiência mostrou que o máximo que um ser humano já aguentou lá dentro foi 45 minutos. E para tal, teve de estar sentado!


No silêncio total, começamos a ouvir o nosso coração, os nossos pulmões e vísceras. Ouvimos o sangue a circular pelas artérias e veias. Posteriormente surgem alucinações visuais. É insuportável para o ser humano.

Os astronautas treinam em câmaras como esta para se habituarem ao silêncio.

O silêncio que tanto apreciamos pode estar recheado de vento, cantos longínquos de pássaros ou água a correr lá no fundo, tal como há vários tons branco numa folha de papel. Assim, há uma infinidade de tipos de silêncio.

É, no fundo, um conjunto muito especial de sons, num volume especialmente agradável e propício ao nosso bem estar.

1. Steven Connor "The Modern Auditory I" p. 206

SOUND IS THE ECHO OF MOVEMENT

ABOUT SOUND AND SILENCE

  
In a poetic way, I think that sound is the echo of movement.

Without movement, there is no sound, which makes its essence absolutely dynamic.

There are no sound snapshots; a single sound, once born, frees itself from its source and in a promiscuous way, blends and changes throughout its whole course. Everyone who shares the same space is immersed in its influence.

According to Steven Connors1, sound transforms and frees space, tearing apart it’s borders, creating a fluid whole and a spherical dimension. “The self defined in terms of hearing, rather than sight, is a self imaged not as a point, but as a membrane; not as a picture, but as a channel throughout which, voices, noises and musics travel”.

And what about silence?

Is it the absence of sound?

Certainly, in the way we feel it, silence is something very pleasant, is golden, some say. But what kind of silence is this?
I’d compare it to a blank page, on top of which sound can be added. However, the page is not absolutely white, as this kind of silence is not absolute silence.

Measured in sound pressure levels, under 30dBA’s we are in silence. So what about those 30 dBA’s? It’s a cocktail of sound we are used to since we were born, including the Earth’s rotation sound.

There is in an anechoic chamber at Orfield Laboratories, US, which is 99.99% absorbent, with a sound pressure level of -9.4dBA, making it the quietest place on Earth, according to the Guinness  Book of Records.

An experiment showed that the human being that lasted longer inside it only bared it for 45 minutes. And he had to be sitting down!


In total silence, we hear our heartbeat at first, then our lungs and our stomach. Then, our blood through our veins. After a short while we start seeing hallucinations. It’s unbearable to the human being.

Astronauts train in chambers such as this one to be prepared for periods of silence.

The silence we love so much is full of distant birdsong, wind, water flowing, as there are many tones of white in blank sheets of paper.

It is, in the end, a very special cluster of sounds, at a very agreeable volume, favoring our well-being.


1 Steven Connor “The Modern Auditory I” p. 206