quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

ENTRAINMENT AND MUSIC IN PUBLIC SPACES



Every public space has its own soundscape.

There are the sounds made by the people visiting the space, from people working there, machines, outside traffic and other ambient sounds.

Often, music is added to it. Most often, the wrong music.

What’s the effect of music?

One is entrainment.

There are several studies about entrainment, the effect of musical rhythm on heart-beat and human behavior.

In restaurants, it has been proved that we spend more time at the table if we listen to soft, slow music. And spend more money.

In a study performed by Fairfield University, it was shown that the bite-rate per minute raised by one third, when people were exposed to louder, faster music. (From average 3.83 bites to 4.4). 1



Loudness in restaurants is the second most frequent complaint, according to Zagat.

It became such a problem that the San Francisco Chronicle categorized restaurants according to the average loudness. One bell would mean less than 65dBALeq, up to 4 bells or 1 bomb, when it reaches more than 80dBALeq. Recently, the rating had to be increased to 2  bombs and there are few restaurants with less than 4 bells. 2



Who chooses the kind of music to be played in a retail store? In which basis? How loud? With what purpose?

If you own a retail store and you don’t know the answers to these questions, please stay foot, don’t do nothing.

Wrong music, forced into your customers ears will drive them away for good. Believe me.

(To be continued)

1 “In pursuit of Silence” George Prochnik page 100

2 “In pursuit of Silence” George Prochnik page 99


“ARRASTAMENTO” E MÚSICA EM ESPAÇOS PÚBLICOS




Qualquer espaço público tem a sua própria paisagem sonora.

São os sons criados pelas pessoas que o visitam, que lá trabalham, máquinas, trânsito lá fora e outros sons ambientes.

Por vezes, é adicionada música a essa paisagem. Muitas vezes, a música errada.

Qual é o efeito da música?

Um deles é o “entrainment”, um fenómeno cuja melhor tradução que encontrei é arrastamento.

Há vários estudos sobre o arrastamento, que é, em termos simples, o efeito que o ritmo de uma música provoca na nossa pulsação e no nosso comportamento.

Nos restaurantes, por exemplo, foi provado que nós demoramo-nos mais tempo à mesa quando ouvimos música e suave e lenta. E gastamos mais, claro.

Num estudo realizado pela Universidade de  Fairfield, foi demonstrado que a taxa de dentadas por minuto aumenta cerca de um terço, quando as pessoas estão expostas a uma música mais rápida e mais alta. (De cerca de 3.83 dentadas para 4.4)1.



De acordo com a empresa Zagat, o volume de som nos restaurantes é a segunda mais frequente reclamação dos clientes.

Tornou-se um problema tão grave que o San Francisco Chronicle passou a classificar os restaurantes de acordo com o seu ruído. Um sino significa menos de 60dBALeq, até 4 sinos ou um bomba, quando excede os 80dBALeq. Agora, o topo da classificação teve de ser aumentado para 2 bombas and tem diminuido o número de restaurantes com menos de  4 sinos2.



Quem é que escolhe o tipo de música a ser tocado num espaço público? A que volume? Em que baseia a escolha? Com que objectivo?

Se você dirige uma loja ou outro espaço e não sabe as respostas a estas perguntas, por favor, não faça nada.

A música errada, forçada a entrar nos ouvidos dos seus consumidores irá enxotá-los para longe. Acredite.

(Continua)


1 “In pursuit of Silence” George Prochnik pag. 100


2 “In pursuit of Silence” George Prochnik pag. 99

sábado, 25 de janeiro de 2014

THE MOON, THE CONCORDE AND THE AUDIO CD



45 years ago, the longest journey man ever made 

When I was 11, man set foot on the Moon.
Then, when I was 18, Concorde started regular commercial supersonic flights.

38 years ago, 3 hours between Paris and NY


Understandably, I was seeing the future arriving at great speed and believed that, 40 years later, Man would have travelled beyond Mars or Venus and all the planes would be flying at Mach 3, at least.
Recently, I read an interview with John Travolta, who thought, when he was a kid, that, when he grew up, every man would have his own airplane. Another fool kid, like me.

But the future went in a different direction. Space filghts turned into shuttle operations close to the Earth and Concorde was grounded, replaced by bigger, more economic and much slower aircraft.
The utility factor prevailed over quality and discovery.

In 1983, I heard the first CD,  when passing by a music store. The sound clarity was amazing! And what about he depth of its silences!


30 years ago, the best commercial audio format ever

44.1 KHz at 16 bits! It was the last frontier. I believed, again, that 30 years after, this format would be completely obsolete, replaced by much better ones.
Then, in 1993, Mp3 appeared.




I was wrong, one more time.
The World had gone in that strange direction again.
Well, ok, Superaudio CD, a 24 bits format with capacity to play 5.1 files was launched, but it was a commercial flop.

Today, we can record up to 96 or even 192 KHz at 32 bits, this is still reserved to half a dozen of professional geeks.
CD is still the best commercial sound format on the marketplace and all the other formats are worse: mp3, AAC, WMA, Real Audio, etc..
But they are much more practical, transportable, storable. As the Airbus A380 is.

The World, again, went in a direction I didn’t want.


A LUA, O CONCORDE E O CD AUDIO

Há 45 anos, a viagem mais longa jamais feita pelo Homem

Quando eu tinha 11 anos, o homem foi à Lua.

Quando tinha 18, o avião supersónico Concorde iniciou as suas carreiras regulares.


Há 38 anos, 3 horas entre Paris e NY


Como é natural, vi o futuro a chegar em grande velocidade e acreditava que, 40 anos depois, o Homem já teria ido a Marte e Vénus, ou até mais longe e que todos os aviões voariam a Mach 3, pelo menos.
Li recentemente uma entrevista com o John Travolta. Ele pensava em miúdo que, quando crescesse, todas as pessoas teriam o seu avião. Outro miúdo tolo, tal como eu.
Mas, o futuro não foi nessa direcção. Os voos espaciais transformaram-se em operações perto da Terra e o Concorde foi retirado, substituído por aviões maiores, mais económicos e muito mais lentos.
O factor utilitário pesou muito mais que a qualidade e descoberta de novos limites.

Em 1983, ouvi o primeiro CD ao passar em frente de uma loja de música. Era espantosa a clareza e nitidez dos sons! E a profundidade dos silêncios!


Há 30 anos, o melhor formato comercial de audio até hoje

44.1 KHz a 16 bits! Era a última fronteira. Acreditei, nessa altura, que 30 anos depois, este formato já estaria muito ultrapassado, substituído por outros muito melhores.
Até que, em 1993, surgiu o Mp3.



Mais uma vez me tinha enganado.
O Mundo tinha ido naquela estranha direcção, outra vez. Os argumentos utilitários prevaleceram sobre os outros.
É claro que apareceu o Superaudio CD, a 24bits e com capacidade para tocar em 5.1, mas foi um flop comercial.
Hoje, podemos gravar a 96 ou até 192 KHz e a 32 bits mas isso ficou reservado a meia dúzia de experimentalistas.
O CD continua a ser a melhor referência sonora do mercado e todos os outros formatos são piores: mp3, AAC, WMA, Real Audio, etc..
Mas são muito mais práticos, transportáveis, armazenáveis, tal como o Airbus A380.

Lá foi, outra vez, o Mundo numa direcção que eu não queria.



quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

IS THERE SOUND AT ALL?



There is no color. According to Isaac Newton, the light has no color, it’s our retina that separates the impression of the various wavelengths into colous, so that we can perceive them better. An apple is red, but here are no red properties in its atoms.

There is only taste in a pudding when we savour it inside our mouths.

The same happens with sound. According to George Berkeley, the first philosopher who raised this question, sound doesn’t exists. It’s only a brain image created by the vibration of molecules.

The Karakatoa volcano eruption is known to have produced the loudest sound known to mankind, over 300dBA, but the sound only existed where there was any animal or human present to transduce the molecules vibration into sound impressions.




What destroyed a lot of experimental planes was not the famous sound barrier, which doesn't exist, but the overwhelming accumulation of air molecules' vibration, around the aircraft at close to Mach 1 speed.




Height, timbre, intensity are just psychoacoustic qualities of vibration waves that reach our ears and, therefore, our brain.

Wow! What am I writing about, then? :-)

Ref: "This is your Brain on Music" Daniel J. Levitin, page 30



SERÁ QUE O SOM EXISTE?



Não há cores. Segundo Isaac Newton, a luz não tem cor, é a retina que separa a impressão dos vários comprimentos de onda em cores, para que nos apercebamos deles melhor.
Uma maçã é vermelha, mas não há propriedades vermelhas nos seus átomos.

Só existe sabor num pudim, no momento em que ele entra nas nossas bocas.

O mesmo acontece com o som. Segundo George Berkeley, o primeiro filósofo que levantou esta questão, o som não existe. É apenas uma imagem mental criada pela vibração das moléculas do ar.

A erupção do vulcão Karakatoa é conhecida por ter produzido o som de maior intensidade conhecido pela humanidade, mais de 300dBA, mas esse som só existiu onde houve um animal ou ser humano presente para traduzir a vibração das moléculas em sensações sonoras.




Aquilo que destruiu um série de aviões experimentais não foi a famosa barreira do som, que não existe, mas um fenómeno de acumulação de vibrações das moléculas de ar, próximo da velocidade de Mach 1.




A altura, timbre e intensidade são apenas qualidades psicoacústicas da vibração das ondas que chegam aos nosso ouvidos e, portanto, ao nosso cérebro.


Uau! Então, escrevo sobre quê? :-)

Ref: "This is your Brain on Music" Daniel J. Levitin, pag. 30