SOUND DESIGN
Reality or Drama?
Can you imagine "Star Wars" battles without sound? Well, everything happens in space, and out there it's vacuum, so sound is impossible.
And when policemen are shooting at targets from the distance, we first hear the shot and, slightly afterwards, we hear the the bullet hitting the target. This is also impossible. Bullets travel at a supersonic speed, so they arrive before we can hear the shot.
I could go on an on with examples of false reality and decisions in sound design that aim at pleasing and impressing the spectator.
Cinema sound is a lead to the eye, it conveys the drama in a way it's perceived by the spectator as real.
Frank Serafine is one of the most awarded sound designers in the world. He won, with Cecelia Hall and George Waters II, the Oscar for the sound of "The Hunt for Red October" (1990).
Frank Serafine |
The "The Hunt for Red October", starring Sean Connery and Alec Baldwin is a movie involving two nuclear submarines, one Russian and one American.
The sound team actually recorded the real sound of the propellers from a nuclear submarine, but when they took the recordings to the director John Mctiernan, he said that they wouldn't sound like a nuclear sub to the spectators. They would be expecting a kind of sound like a wooshh-wooosh-wooosh.
So, Frank went to his swimming pool and made some cannonball jumps, pitch shifted the sound down to a 5th and mixed it together. Then an Eventide Harmonizer was used. He sequenced the mix using a Synclavier. The result is the sound we hear on the movie.
The same happened with the sonar sound, a very complicated mix of "ping!" sounds and delays did the job.
What really matters, in the end of the day, is what the spectators will feel. Nothing else.
"Twister"(1996) was nominated for best sound, especially for the amazing sound of the tornados. Steve Maslow, Gregg Landaker, Kevin O'Connel and Geoffrey Patterson were the men to do the job.
Steve Maslow |
They used several Tascam DA-88 recorders, the non-linear editing DAW were still rare, and they created layers of sounds, taken from their own imagination and mixed them together in a very wild way. In the final mix, they boosted or dimmed some of the tracks, depending on the tornado approaching or going away.
Speaking of wild, there are actual lion roar sounds in the tornado mix.
If you want to create a great soundtrack, avoid being realistic. Sound for cinema is more about making magic than anything else.
SONOPLASTIA
Realidade ou espectáculo?
Conseguem imaginar as batalhas da "Guerra das Estrelas" sem som? Bem, tudo se passa no espaço e, aí, estamos no vácuo, por isso o som é impossível.
E quando vemos polícias a atirar aos alvos à distância, primeiro ouvimos o disparo e, pouco depois, ouvimos a bala a bater no alvo. Isto também é impossível. A maioria dos projécteis desloca-se a uma velocidade supersónica, por isso chegam antes de ouvirmos o tiro.
Eu podia continuar indefinidamente com exemplos de falsa realidade e as decisões de sound-design que têm como único objectivo agradar ou impressionar o espectador.
O som do cinema é uma pista para os olhos e o principal veículo emocional, transporta o drama de forma a que é apercebido pelo espectador como real.
Frank Serafine é um dos mais premiados sound-designers do mundo. Ganhou, com Cecelia Hall e George Waters II, o Oscar de melhor som pelo "A Caça ao Outubro Vermelho" (1990).
Frank Serafine |
"A Caça ao Outubro Vermelho", com Sean Connery e Alec Baldwin, é um filme envolvendo dois submarinos nucleares, um russo e outro americano.
A equipe de som começou por gravar o som real dos motores de um submarino nuclear, mas, quando mostraram as gravações ao realizador John Mctiernan, ele disse que aquilo não soaria aos espectadores como um submarino nuclear. Eles estarão à espera de um som tipo wooshh-wooosh-wooosh.
Por isso, Frank foi para a sua piscina e fez uma série de mergulhos tipo "bomba", transpôs o som uma quinta abaixo, misturou tudo e sequenciou a mistura, usando um Synclavier. Tudo foi processado por um Eventide Harmonizer. O resultado é o som que se ouve no filme.
O mesmo aconteceu com o som do sonar, uma mistura muito complicada de "ping!'s" e uma série de delays resolveram o problema.
O que interessa mesmo, é o que os espectadores irão sentir. Mais nada.
"Tornado"(1996) foi nomeado para o Óscar de melhor som, especialmente pelo fantástico som dos tornados. Steve Maslow, Gregg Landaker, Kevin O'Connel e Geoffrey Patterson forma os homens por detrás do brilhante trabalho.
Steve Maslow |
Usaram vários gravadores Tascam DA-88, os editores não-lineares DAW ainda eram raros, e criaram camadas e camadas de sons, tirados da sua própria imaginação e misturaram-nos de uma forma bastante selvagem. Subiam umas e baixavam outras consoante o tornado de aproximava ou afastava.
Por falar em selvagem, há várias pistas de rugidos reais de leões na mistura do som dos tornados.
Se queremos criar uma banda sonora fantástica, temos de evitar ser realistas. O som para cinema tem mais a ver com fazer magia do que com qualquer outra coisa.
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